quarta-feira, outubro 21, 2015

Facão Sorocabano, uma herança do tropeirismo


O médico Paulo Romero tem um passatempo curioso: coleciona facas. São quase mil modelos diferentes. O Nosso Campo foi até a casa do colecionador para descobrir quais são as preferidas. Ele, inclusive, espalhou pela mesa algumas peças consideradas especiais. Questionado qual seria o seu xodó, ele não pensou duas vezes: “É o Facão Sorocabano”, disse ele. O motivo é a história que acompanha essa peça.
 






No auge do tropeirismo, esse facão era fabricado em Sorocaba (SP) e os tropeiros usavam a peça no dia a dia na estrada, para cortar o mato, a carne e até como instrumento de defesa. O facão também tinha grande valor comercial, explicou o historiador Sérgio Coelho.
Ainda hoje o facão é fabricado e o repórter Daniel Schafer foi até a cutelaria acompanhar o processo.


O cuteleiro Edson Martins Vieira começa acendendo a forja, onde a temperatura passa de mil graus. Ele coloca a barra de ferro, que rapidamente começa a esquentar e ficar vermelha, então ele     inicia o trabalho de moldar a peça; a peça é toda martelada na mão e o processo leva no mínimo três dias. Somente no último é que a faca ganha o cabo, que pode ser de chifre, osso de boi, marfim e outros materiais.
Hoje, as facas sorocabanas fabricadas pelo Edson são vendidas para colecionadores, o preço varia de R$ 1 mil a R$ 3 mil em média. Além disso, o item já foi exportado para a Espanha, Estados Unidos, França e Itália.